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Carla Selas do Amaral
Escrito por:

Carla Selas do Amaral Arte Psicoterapeuta; Colaboradora do Banco do Bebé

Queres Brincar Comigo?

Quantas vezes já assistimos na escola, na praia, no parque infantil ou até num café, a uma criança perguntar a outra: “Queres brincar comigo?”

Recordo ter observado muitas vezes estes momentos, com as minhas filhas e outras crianças, em que a vontade de brincar era mais forte do que tudo. Mesmo que para o conseguir, fosse necessário as crianças vencerem situações de constrangimento por não existir qualquer tipo de conhecimento ou relação de proximidade entre elas.

É interessante observar este movimento de aproximação com o desconhecido, como se de um ritual se tratasse. Começam por estabelecer contato visual, depois vão-se aproximando como se estabelecessem uma dança entre elas, experimentando o espaço comum que as rodeia com muita timidez. Até que de repente surge de uma das crianças a tão esperada pergunta: – queres brincar comigo?

Faz-se o desbloqueio e como que por magia começa a brincadeira. Instalam-se as risadas, as conversas infinitas temperadas de ‘faz de conta’, partilham uma bola e protegem-se, dando as mãos enquanto caminham ou um simples abraço. As crianças tornam-se então grandes amigas, mesmo que nem saibam os respetivos nomes: ‘Não sei, é um amigo’ – respondem quando perguntamos, fazendo o adulto sentir que fez uma pergunta ridícula e desnecessária.

De facto, o nome da criança não interessa. O importante é compreendermos o que elas estão a viver juntas, a relação que estabeleceram, a partilha de conhecimento e o estabelecimento de novos vínculos. Prontamente percebemos que brincar é um prazer capaz de promover a expressão, de estabelecer autonomia, aprendizagem e estimulação de sentimentos. É a brincar que a criança aprende a conviver, a se organizar, bem como a estabelecer o seu papel no mundo.

Brincar incrementa o conhecimento de si mesma, do seu sentido de coerência naturalmente desenvolvido numa atmosfera de emoções, de afetos e prazeres partilhados, e por essa razão deve ser feito e incentivado desde os primeiros dias de vida. O bebé nasce munido de uma motivação natural à descoberta que resultará na sua própria aprendizagem, bem como na predisposição para brincar e suscitar a atenção e o afeto dos seus próximos.

A interação mãe-bebe desde os primeiros segundos de vida é o padrão mais perfeito do brincar. A brincadeira mãe-bebé estabelece-se numa sequência de períodos lúdicos, despertando no bebé comportamentos de resposta, de estimulação e de sintonia. Surgem a pouco e pouco comportamentos assimilados pelo bebé como o mimo, o fazer festas, dar beijinhos, tudo isto representando múltiplas atividades de comunicação.

Quanto maior for o estimulo proporcionado pelo adulto na criança, maior será a sua capacidade de absorção e aprendizagem. Quando brincamos com o nosso bebé, estamos a estimular o seu interesse, as diferentes áreas de comunicação, preparando-o calmamente para a aquisição de novas competências necessários ao seu crescimento emocional e cognitivo.

É importante refletir e registar que o corpo do bebé é o seu primeiro grande brinquedo, e certamente, o mais divertido. Através do contato da pele, do corpo, do cheiro, o bebé descobre-se e na oportunidade de momentos lúdicos entre mãe-bebé constroem-se estímulos variados, nomeadamente: de comunicação face a face, resultado do contato visual próximo entre a mãe e os olhos do bebé e, de comunicação corporal através do movimento que ambos geram no tocar e partilhar gerando uma interação de grande cumplicidade.

É no início de vida, que são estabelecidos vínculos entre os pais e o bebé. Ao longo do crescimento, esses vínculos estabelecidos durante as atividades lúdicas são tão importantes quanto a brincadeira em si, e é através destes que são reunidas as noções básicas de respeito e convivência no futuro.

É também através da brincadeira que o adulto é capaz de entender o mundo da criança e o seu desenvolvimento ao nível da sua coordenação motora, como se organizam no mundo, os seus valores, as suas preocupações, problemas e desejos.

Em conclusão, é necessário que os pais tenham em mente que para o bebé tudo é divertido, tudo é novidade. Sejam as cores, as texturas, os materiais, os sons, os cheiros, o bebé deve ser exposto a estes de uma forma lúdica, contentora e afetuosa, ao invés de estar só, exposto a brinquedos caros sem qualquer interação dos cuidadores.

Cabe aos pais observar os objetos e nomeá-los, contar como foi o seu dia enquanto cuidam do bebé, cantar lengalengas, ler uma história antes de deitar, ver um livro com ilustrações e comentá-las, estimulando assim a linguagem e aprendizagem da criança.

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